A maternidade é um convite para o autoconhecimento
Ao se tornar mãe, uma mulher enfrenta um dos maiores desafios da vida. Há quem acredite que essa transformação vem acompanhada de uma mãe perfeita, capaz de lidar com tudo sem falhar. Mas será mesmo que é isso que a maternidade representa?
A verdade é que, quando uma mulher se torna mãe, ela se descobre em uma jornada de autoconhecimento. À medida que o filho cresce, ela amadurece e aprende a lidar com novas situações, deixando de lado algumas coisas que antes considerava importantes.
Porém, essa evolução não é fácil e não vem acompanhada de um manual de instruções. É aí que entra o autoconhecimento, que pode ser visto como um convite generoso da vida para a mãe se conhecer melhor.
A maternidade é um processo que traz altos e baixos, risos e lágrimas. Quando a mãe tem a gentileza de se cobrar menos e prestar mais atenção às necessidades daquele pequeno ser humano que depende dela, ela consegue avançar mais uma etapa da vida.
E não é só a mãe que evolui nesse processo. Todos ao redor dela, que fazem parte da rede de apoio, também têm a oportunidade de se conhecer melhor ao abaixar suas expectativas e olhar com carinho para as fases da vida daquela criança.
Quando vemos nosso filho aprendendo a andar, caíndo várias vezes e se levantando novamente sem medo, percebemos que perdemos essa inocência com o passar do tempo. Porém, a maternidade pode ser vista como um resgate daquilo que já fomos um dia e que poderíamos continuar sendo, caso tivéssemos a humildade de reconhecer que não sabemos de tudo.
Ao escrever "Feto no Meu Ventre", meu sexto livro lançado pela Editora Flyve, percebi que havia perdido minha essência. Como a protagonista Amélia, precisei recomeçar diversas vezes, como uma criança aprendendo a andar. Na fase adulta, cair é vergonhoso, mas a maternidade me ensinou que não precisa ser.
Não há necessidade de comparação com outras mães, cada criança encara as fases do desenvolvimento humano de maneira única. Como pais, devemos resgatar nossa criança interior e entender que a maternidade é um processo que requer paciência, cultivo e não escultura. Nossos filhos são 25% mãe, 25% pai e 50% deles mesmos, onde desenvolverão sua personalidade única.
Quem imaginaria que a gentileza de deixar nossos filhos florescerem teria a capacidade de nos fazer florescer também?
Por Taynara Melo