Econtrei uma senhora do Peru que não fala inglês na rua, perdida coitada, que me pediu ajuda para chegar no hotel onde a filha a aguardava, e nós caminhamos por alguns minutos e conversamos um bocado, consegui treinar um pouquinho o meu espanhol num lugar onde a língua mãe é o halandês – nem amei, rs! Após duas ou três horas andando com o vento enregelante na cara e nos cabelos, voltei para a estação, onde entrei em uma conveniência e até peguei umas coisinhas, mas desisti por dois motivos: o primeiro é que tudo era muito caro, mas eu até estava disposta a pagar, mas o segundo motivo era mais importante: a fila para o caixa estava enorme e eu comecei a ficar com medo de me atrasar para o voo, pois eu teria que passar pela imigração novamente e quando saí peguei mó fila, não sabia se quando entrasse pegaria fila imensa novamente, então larguei tudo lá e voltei para a estação para esperar o trem para a estação. Duas coisas legais aconteceram nessa estação: a primeira foi que quando fui usar o banheiro eu conversei com a funcionária, que me agradeceu por conversar com ela. Quando ela viiu minha cara de 'ué?', ela me perguntou de onde eu era, pois nenhum europeu conversa com funcionários da estação, nem agradecem, nada! Fiquei triste ao ouvir isso, e achei incrível ver como brasileiro se destaca em simpatia, lá na Irlanda algumas pessoas deduziam que eu era brasileira pelo simples fato de sorrir enquanto falava, agradecer ao descer do ônibus, cumprimetar as pessoas na rua... Bem que dizem que europeus são frios! A segunda coisa legal é que pedi informação para um senhor sobre qual era o lado que eu deveria entrar para pegar o trem para o aeroporto, e ele me disse que não falava inglês, somente espanhol, e me disse num espanhol tão ruim quanto o meu que iria chamar a esposa, quando de repente ele falou em português: "Amor, a moça precisa de informação!", e a esposa chegou falando em inglês e eu disse: "podemos falar em português, sou brasileira!", aí já sorrimos uns para os outros e o gelo foi quebrado. Viu como é fácil, pessoas europeias? É só sorrir! E após os sorrisos e apresentações, descobri que eles também não sabiam me dar essa informação, precisei achar um ser de luz que me auxiliou com isso, hahah.
Já no trem para retornar ao aeroporto, conversei com alguns locais que me ensinaram algumas palavras em holandês, como por exemplo, a pronúncia da palavra Schiphol, que é o nome do aeroporto, e diferente de quando embarquei para ir ao centro, o trem agora estava cheio – era horário de pico. Ao voltar para o aeroporto, eu estava me sentindo tão bem! Tinha conversado com locais, aprendido palavras em holandês, vi homens lindos, maravilhosos, tomei gelo na cara e estava realizada! Esperei pouco mais de uma hora no aeroporto para pegar o voo para Dublin, e confesso que amei esse city tour. Toda vez que tiver a chance de fazer isso, com certeza, farei – dependendo do tempo da conexão, claro!