A Àbámodá (@abamoda.escolalivre), primeira escola livre e gratuita de Moda, Arte e Cultura da Bahia, lançou suas primeiras peças artesanais no dia 17 e permanecerá até o dia 20 de outubro, durante a Flica (Festa Literária Internacional de Cachoeira). O evento marca um momento de celebração e experimentação para as alunas, que desde agosto vem participando de aulas práticas em diversas áreas da moda e gestão de negócios. O stand da Àbámodá estará aberto entre 10h e 20h, no Ateliê de Fory, localizado na Rua 13 de Maio, em frente à histórica Irmandade da Boa Morte.
Entre as peças produzidas e expostas pela Àbámodá estão criações exclusivas, como biojóias, bolsas e acessórios com tingimentos naturais, que dialogam com a estética afroindígena, levando em conta a identidade étnica-territorial, elementos e produtos naturais de Cachoeira. O lançamento, que acontece em um dos principais eventos culturais da Bahia, proporciona às alunas uma oportunidade única de aprendizado. "Eles terão a chance de interagir com os consumidores, observar o comportamento do mercado e aprimorar suas habilidades de precificação e vendas", destaca a coordenadora do projeto Luísa Mahin. Parte dos lucros obtidos será dividida igualmente entre os participantes, reforçando o caráter colaborativo do projeto.
O projeto integra a Rede Nacional de Escolas Livres de Formação em Arte e Cultura, subsidiada pelo Ministério da Cultura, e acontece através de formações técnicas gratuitas, estágio laboral, incubação e investimento semente para os empreendimentos, além de atuar como um processo de empoderamento social, humano e identitário. A realização é do Instituto Casa de Barro e conta com apoio do projeto Irmandade.
Moda, Educação e Transformação Social
A Àbámodá tem se destacado como um projeto que vai além da formação técnica, mas contribui no fortalecimento da cultura local, desenvolvimento econômico e habilidades socioemocionais. Para Kelly Lopes, aluna do curso de joalheria, as aulas têm sido desafiadoras, mas transformadoras: "Desenvolvi brincos, anéis e pulseiras. É um processo cheio de minúcias e exige muito cuidado. Para além da criação das peças, aprendi a ter mais paciência e cautela, além de entender sobre gestão financeira, lições que levarei para a vida toda", comenta.
Giselli Oliveira, que criou uma marca de acessórios e moda em 2013, está frequentando o curso de estamparia e finanças. A empreendedora conta que pausou o negócio, mas com as aulas pretende voltar de forma mais estruturada. "Eu já tinha uma marca, Quilombelas, e confeccionava turbantes, camisas e kimonos com tecidos prontos em que eu tercerizava a estamparia com algumas frases. Com o aprendizado em estamparia artesanal, quero personalizar minhas próprias peças e voltar ao mercado de uma forma mais profissional"