Coluna Turistando com Cecília Costa: Embu das Artes

18/10/2022

Olá, Viajadeiros, tudo bem? O passeio de hoje é por um lugar fofo e cosmopolita dentro da grande São Paulo. Aproveitar um feriado conhecendo um lugar legal, ou um fim de semana chegou e você quer dar um rolêzinho, mas não sabe onde ir, te digo para vir comigo para Embu das Artes. Bora lá?

Embu das Artes - ou apenas Embu - é um município de São Paulo, próximo a região de Itapecerica da Serra, fica na região sudoeste da Grande São Paulo. A população estimada é de 276,535 habitantes de acordo com o censo de 2020. E quatro desses habitantes são meu irmão, minha cunhada e minhas sobrinhas, rs. Embu das Artes é uma estância turística, com muitas coisas legais para nos entreter, como artesanato, culinária, sociedades esportivas como o Clube de Futebol Vasco do Embu. Além disso, é uma cidade que acolhe diversos artistas, e justamente por isso, em 2011 houve um referendo entre a população para a mudança na denominação oficial da cidade e neste ano foi alterada a nomenclatura da cidade de Embu para Embu das Artes.

Um pouco de história... 

A região do Embu era habitada por povos indígenas, tupiniquins e guaranis. Na segunda metade do século XVII, começaram a se formar sítios na região com plantações de mandiocas, legumes e algodão. No ano de 1607, Fernão Dias Paes, Pero Dias e Braz Esteves compraram terras naquela região e um desses homens juntamente com sua esposa fizeram doação de suas terras para os padres jesuítas, que aproveitaram para se transferirem para aquelas terras a missão jesuítica, e deram o nome de M'Boy para aquela pequena população que eles tinham interesse em catequisar. Em 1690, o padre jesuíta Belchior de Pontes iniciou a construção da igreja de Nossa Senhora do Rosário, chamada também de Velha Matriz. Alguns anos se passaram e um chefe de governo ordenou a expulsão dos jesuítas da chamada "América Portuguesa" e os indígenas foram abandonados ali e se misturaram com os não-indígenas que viviam no povoado.

O povo foi crescendo a partir disso, devagarzinho, e séculos mais tarde, já nas décadas de 1920 e 1930, a população dos M'Boy contribuíam com olarias para produção em massa de tijolos, pois a cidade de São Paulo estava crescendo muito - nessa época os primeiros imigrantes japoneses chegaram na região e hoje são numerosos no Embu. Em 1938, o distrito M'Boy teve sua nomenclatura alterada para Embu. Nos anos seguintes, vários artistas (pintores, escultores, músicos e cantores) encontraram no Embu o local ideal para praticar sua arte e em 1964, a arte embuense ganhou destaque com o Primeiro Salão das Artes. Ao final desta década, os hippies se fixaram na região e suas artes eram expostas aos finais de semana, e assim teve origem a Feira de Artes de Embu das Artes, que ocorre todos os fins de semana desde 1969 - e eu já tive a chance de visitar.

É um dos 29 municípios paulistas considerados estâncias turísticas (a minha cidade é um desses municípios, só que mais feia, rs) por cumprir determinados requisitos que são definidos por lei estadual. O Embu é uma cidade muito gostosa para passear a pé, as praças com seus restaurantes e artesanatos são uma ótima maneira de passar o dia. Nas noites de sábado, o centro da cidade bomba! Cada restaurante com sua peculiaridade traz sua história e cuidado. Em uma mesma rua, podemos ver um restaurante tocando música sertaneja ao vivo ao ar livre, e dez metros à frente, outro restaurante com uma galera tocando rock e mais dez metros à frente um restaurante mais jovem com outro tipo de música. 

Tá, mas, quero calmaria, encontro isso também no Embu? Sim, encontramos.  

É um parque grande com entrada gratuita que possui pistas de corrida, playground, academia ao ar livre, brinquedoteca, viveiro de mudas, posto de coleta seletiva e um lago enorme. Também pode-se comer bem por lá, pois os quiosques de vendas são abastecidos com variedades, desde açaí, sorvete, tapioca, milho verde, pastel, água de coco e muito mais. A partir das 18h, o Parque fica todo iluminado, pois funciona até às 22h, para as pessoas que trabalham durante o dia e usam a noite para correr e se exercitarem ou até mesmo para passeio em família.

Fora que algumas regras precisam ser seguidas para entrar no parque: bicicleta somente para crianças de até 10 anos, não se pode nadar, pescar nem entrar no lago, não pode soltar pipa, não pode fazer churrasco, cachorros de determinadas raças precisam estar com focinheira e não pode distribuir panfletos nem colar cartazes. O povo embuense aceita de boa essas regras e fazem de tudo para manter a paz local. E ainda tem aulas de zumba, fit dance e aeróbica ao ar livre. Legal, né?

O centro da cidade não é tão grande, dá para ficar o dia todo por lá somente na praça com a Feira. E tem de tudo: estátuas humanas, animais feitos de madeira, muita coisa em madeira, na verdade, estátuas de namoradeiras para colocar nas janelas, mesas grandes feitas a mão, cosplayers esperando uma chance de tirar uma foto com você por algum trocado - tirei uma foto com um pirata, uma imitação bem Tabajara do Jack Sparrow, por exemplo.

Na Feira encontramos todos os tipos de pessoas, todos os tipos de coisas e tudo tão ao nosso alcance que é impossível não avaliar como a beleza está nos detalhes. Em cada lojinha de artesanato é possível ver o cuidado das mãos que criaram a peça exposta. Fora que sempre é muito legal prestigiar o trabalho do artista local. 

Em algumas lojinhas de comida, Casas do Norte, etc., é possível degustar algumas coisas - me lembro de provar um queijo delicioso em uma dessas lojas, mas não me lembro o nome...

Nos finais de ano, a prefeitura de Embu faz um trabalho incrível na cidade: as luzes! Chamado de Natal Iluminado de Embu das Artes, cada ano eles colocam um tema e a praça fica toda linda e iluminada, as famílias se reúnem para passar um tempo uns com os outros, para comer algo, para estar em um lugar mágico e lembrar que o Natal é a melhor época do ano. É mágico! 

Beleza, Cecy, mas, me fala, como faço para chegar no Embu?  Simples! Se você está no estado de São Paulo, as rodovias Prefeito Bentinho e Régis Bittencourt assim como o Rodoanel Mário Covas dão acesso ao local. Não há aeroporto na região, então, caso esteja vindo de outro estado e quer conhecer o Embu, é necessário viajar de carro pela Rodovia - sentido interior, porém, não é longe da Capital, fica bem próximo de Pinheiros. Metrô também não tem para lá, caso esteja turistando a pé, é necessário pegar ônibus mesmo. Enfim, o Embu é lindo! Como eu disse lá no começo do artigo, é bem cosmopolita, mas, tem aquele toque de interior que a gente gosta! É para os mais urbanos e para os mais interioranos, todo mundo pode aproveitar! 

Até a próxima viagem! Beijos, Cecy Viajadeira.