Heitor dos Prazeres: Pinturas e memórias de um período republicano e o que os estudantes podem refletir por Débora Alves

15/08/2023

Débora Alves, ativista social, educadora e fundadora do Centro de Apoio Escolar Sankofa, conheceu a exposição "Heitor dos Prazeres é meu nome" no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB RJ). A exposição apresenta a trajetória e as obras desse multiartista. E compartilhou com a Revista Negra, algumas das impressões focadas nas pinturas e suas cronologias que teve como educadora e historiadora:

fotos tiradas por Débora Alves

  1. As obras de Heitor dos Prazeres podem ser um recurso riquíssimo para ser apresentado aos alunos na aula de História sobre o período republicano brasileiro, devido ao seu enfoque na cultura e nas representações populares da época. Suas pinturas retratam o cotidiano dos cortiços, das favelas e da malandragem, bem como os carnavais, as praças e a vida nas ruas do Rio de Janeiro.

  2. Essas representações artísticas podem contribuir para uma compreensão mais completa do contexto social e cultural do período republicano. Elas oferecem insights sobre a realidade das camadas populares e suas lutas, destacando temas como o crescimento das cidades, a marginalização social, a diversidade cultural e as festividades populares.

  3. Ao analisar as obras de Heitor dos Prazeres, os estudantes podem refletir sobre a política cultural do período republicano, as relações de poder, as transformações urbanas e as tensões sociais. Além disso, podem discutir as influências da música e do samba, presentes nas obras de Heitor, e o seu papel como expressão de resistência e identidade do povo negro.

  4. Por último, a exposição me fez refletir sobre a importância da aplicação da Lei 10.639, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de "história e cultura afro-brasileira" dentro das disciplinas que já fazem parte das grades curriculares do ensino fundamental e médio. Imaginei como teria sido significante para mim, enquanto estudante no ensino fundamental/médio, conhecer a História através das lentes do nosso povo, das memórias, do samba, do axé, do poder da criação, da pintura, da moda, dos carnavais, dos cortiços, das favelas, da malandragem, da Praça XI, das violas, do Estácio, dos afetos, da elegância.

Heitor nos ensina a sonhar!

Débora Alves 

ativista social, que se dedica a construir estratégias a favor da igualdade racial através da educação, fundou em 2022 o Centro de Apoio Escolar Sankofa. Ela tem 6 anos de experiência com educação de crianças, atualmente se dedica a estudar sobre educação bilíngue afrocentrada, tem ministrado aulas e mentorias online de história para adolescentes e adultos através de um método lúdico utilizando ferramentas digitais. Além disso, também atuou como mediadora cultural numa escola, onde desenvolveu o projeto "A arte conta uma História" voltado para crianças da rede pública de ensino. O trabalho de Débora é inspirado por sua responsabilidade com a equidade racial, cultural, diversidade e inclusão. 


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