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Mostra Adinkra de Cinema Afro Amazônico chega a Brasília com Perspectivas dos Diretores Locais
Filmes do Amazonas, Amapá, Mato Grosso, Pará e Roraima abordam temas como ancestralidade, feminino, luta e imaginário na confluência África-Amazônia

Em Brasília, a produção contemporânea de cineastas negros da região amazônica será apresentada ao público na Mostra Adinkra de Cinema Afro Amazônico, que ocorre na CAIXA Cultural nos dias 27 e 28, com entrada franca e classificação indicativa de 10 anos.
A abertura está marcada para esta terça-feira, 27, a partir de 19h, com a presença dos produtores, distribuição de colares com os símbolos Adinkra, mudas de plantas consideradas sagradas e degustação de comidas paraenses. No dia 28, a programação será traduzida em Libras.
Após as exibições dos filmes, o espaço Mate Masie ("Nyansa bun mu nne mate masie", traduzido como 'o que eu ouço, eu guardo'), criado especialmente para o evento, abrigará as rodadas de bate-papo que encerram a programação de cada noite. No dia 27, o cineasta Rodrigo Antônio abordará o tema 'Cinema de Impacto na Amazônia'. No dia 28, o músico ganês Francis Angmortey falará sobre a 'Cultura Ganesa dos Akan e os Adinkras'.
Os Adinkras são símbolos que representam um sistema de escrita pictográfica criado pelo povo Akan, do Oeste da África, responsáveis por preservar e transmitir valores fundamentais ligados à cultura africana.
A mostra é composta por oito curtas-metragens de diretoras e diretores do Amazonas, Amapá, Mato Grosso, Pará e Roraima, abordando temas como ancestralidade, feminino, luta e imaginário na confluência África-Amazônia, em sessões nomeadas pelos Adinkras Sankofa (buscar o passado para construir o futuro), Ananse (criatividade e sabedoria), Duafe (feminino) e Aya (resistência e desenvoltura).
Idealizada pela Produtora Paraense Cine Diáspora, dos sócios Rafael Nzinga e Lu Peixe, a mostra estreou em Belém/PA, circulou pela CAIXA em Salvador/BA, e chega a Brasília com a expectativa de atrair, além do público em geral, migrantes da região Norte.
"Brasília, sendo um polo cosmopolita, atrai pessoas de todo o Brasil. Conscientes de que muitos amazônidas também residem e trabalham na cidade, estamos entusiasmados em promover este encontro", expressa Lu Peixe, que também é responsável pela curadoria dos filmes.
Ela explica que selecionou obras que exploram as experiências e os modos de vida do povo amazônida sob sua própria perspectiva, dando prioridade a filmes que não foram exibidos nas outras duas mostras. "Estamos habituados a ser retratados pela grande mídia com estereótipos, mostrando histórias que não são narradas por nós", ressalta Lu.
Segundo Rafael Nzinga, a Mostra Adinkra de Cinema Afro Amazônico representa uma oportunidade para destacar as narrativas da região. "Trazer para a capital do país a visão de cineastas negros sobre a preservação da Amazônia é um passo muito significativo para demonstrar que a região não se resume apenas à floresta. Ela é também constituída por povos e culturas tradicionais, comunidades quilombolas, pessoas negras e periféricas que aqui vivem, com uma rica cultura que precisa ser preservada para manter a floresta em pé", enfatiza.
A Mostra Adinkra de Cinema Afro Amazônico conta com o patrocínio da CAIXA e do Governo Federal, por meio do programa de Ocupação dos Espaços da CAIXA Cultural, uma iniciativa da CAIXA para promover o intercâmbio de expressões artísticas em seus espaços culturais.
Mais informações:
Mostra Adinkra de Cinema Afro Amazônico
Dias: 27 e 28 de fevereiro 2024
Local: CAIXA Cultural Brasília
Hora: 19h
Classificação indicativa: 10 anos
Entrada gratuita
01 - Programação:
27/02 - 19h
Sessão Duafe
A busca pelo asseio, bondade, amor, cuidado, objeto de adorno desejado pelas mulheres Akan, a sessão Duafe conecta o público com o feminino amazônico.
Filmes: Alexandrina - Um Relâmpago, de Keila Sankofa (AM) / A Velhice Ilumina o Vento - Juliana Segóvia (MT)
27/02 - 19h30
Sessão Sankofa
Se wo were fi na wo sankofa a yenkyi - "Retornar ao passado para ressignificar o presente e construir o futuro". A sessão Sankofa traz filmes que retornam ao passado, para ressignificar o presente e construir o futuro.
Filmes: Meus santos saúdam teus santos, de Rodrigo Antonio (PA) / Utopia, de Rayane Penha (AP).
27/02 - 20h
Mate Masie (Bate-papo com realizadores)
Cinema de impacto na defesa da floresta Amazônica.
Rodrigo Antônio, diretor do filme 'Meus santos saúdam teus santos' fala sobre o desafio de mudar o pensamento sobre as representações da Amazônia a partir da linguagem audiovisual.
02 - Programação
28/02 - 19h
Sessão Ananse – Filmes em libras
Mensageira suprema, dona de todas as histórias, símbolo da sabedoria, criatividade, engenho e complexidades da vida. A sessão Ananse é alimentada pelo imaginário de realizadores Afro Amazônicos.
Filmes: Nome sujo, de Artur Roraimana (RR) / Minguante, de Maurício Moraes (PA)
28/02 - 19h30
Sessão Aya - Filmes em libras
Mensuro wo - "Não tenho medo de você". "Sou independente de você". A sessão Aya mostra a resistência, desafio contra as dificuldades, perseverança, independência e desenvoltura no cinema Afro Amazônico.
Filmes: Não quero mais sentir medo, de André dos Santos (PA) / Maria, de Elen Linth e Riane Nascimento (AM)
28/02 - 20h
Mate Masie
Os Adinkras e a cultura Akan - tradução simultânea em libras Francis Angmortey aborda os Adinkras e a cultura Akan na perspectiva da mostra e sua relação com os filmes exibidos.
Matéria por Waleska Barbosa Jornalistabarbosawal@gmail.comwww.venhaconheceravida2.blogspot.com skype: barbosawaleskatwitter: @barbosawal 61.9948.1398
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