Ao longo da vida, tenho me questionado sobre minha verdadeira identidade. A incerteza tem sido uma constante, mas também uma oportunidade para aprender e evoluir, mesmo nas coisas mais simples, como compreender a dualidade entre o preto e branco.
Encontrando minha essência: Abraçando a autenticidade além dos estereótipos.
Ao longo da vida, tenho me questionado sobre minha verdadeira identidade. A incerteza tem sido uma constante, mas também uma oportunidade para aprender e evoluir, mesmo nas coisas mais simples, como compreender a dualidade entre o preto e branco.
Desde criança, fui influenciada pelo que via, como minha irmã caçula que se encantava com a bela e perfeita Barbie, uma figura inatingível para alguém como eu, Taynara Melo, negra, magra e com cabelos cacheados, que naquela época carecia de produtos adequados para valorizar meus cachos. Essa busca por se encaixar no estereótipo da Barbie levou-me a tentar ser algo que não era, apenas para ser notada e aceita.
As horas de entretenimento com a boneca moldaram meu conceito de beleza, e passei a acreditar que apenas mulheres que se assemelhavam a ela eram consideradas bonitas. Assim, mantive-me magra, temendo o julgamento caso ganhasse peso, e desprezei minha cor de pele, pois acreditava que era imutável. O cabelo cacheado também foi alvo de insatisfação, e a solução encontrada foi alisá-lo.
Essa busca incessante por padrões inalcançáveis tornou-me escrava de uma expectativa irreal, deixando-me frustrada por não me encaixar no molde da Barbie. Trabalhei na adolescência para custear essa busca por uma versão idealizada de mim mesma, mas o título de um livro, que dizia que "somos aquilo que consumimos", fez-me refletir e perceber que estava na hora de abandonar essa busca pela perfeição e abraçar quem realmente sou: Taynara Melo.
O caminho percorrido revelou-se valioso, pois ao buscar descobrir minha verdadeira essência, encontrei mulheres negras que compartilhavam experiências e histórias similares às minhas. Identifiquei-me com elas, aceitando-me fisicamente e reconhecendo minhas raízes, meu caráter e minha história.
Nessa jornada de autodescoberta, fica a questão: será que somos realmente moldados pelo que consumimos? Talvez seja hora de avaliar o que estamos absorvendo atualmente em nossas vidas e como isso afeta nossa percepção de nós mesmos e dos outros. Abraçar nossa verdadeira identidade, com suas peculiaridades e diversidade, é o caminho para encontrar a paz, a felicidade e a autenticidade. E assim, a verdadeira essência de quem somos se revela além das aparências.
Últimos textos para refletir, leia mais.
A música "Tem que Acreditar" dos Racionais MC's é mais do que uma simples composição. Ela se torna uma poderosa expressão artística que nos convida a refletir sobre a importância de acreditar em nós mesmos, em nossos sonhos e em nosso potencial, mesmo diante das adversidades que enfrentamos na vida.
Ao falar sobre o conceito de lugar de fala, Djamila Ribeiro reconhece que pessoas que não vivenciaram determinadas experiências podem sim defender pautas importantes, como a igualdade racial. No entanto, é crucial que essas pessoas compreendam que sua perspectiva é limitada e que precisam ouvir e aprender com aqueles que sofreram diretamente as...